terça-feira, 25 de julho de 2023
segunda-feira, 24 de julho de 2023
domingo, 23 de julho de 2023
quinta-feira, 20 de julho de 2023
domingo, 9 de abril de 2023
2º ciclo | Área 1: O Corpo Sexuado Tema 3 : Mudanças pubertárias
Justificação
A adolescência começa com o início da puberdade que consiste numa série de modificações biológicas, sociais e psicológicas.
Uma dos mais importantes modificações é o crescimento e a entrada em funcionamento dos órgãos sexuais (caracteres sexuais primários). Também se observam outras transformações, como por exemplo, o crescimento da barba e dos seios (caracteres sexuais secundários).
A idade em que se iniciam as modificações pubertárias é variável, quer em relação aos sexos quer aos ritmos de desenvolvimento de cada indivíduo. As raparigas podem tornar-se púberes a partir dos 9/10 anos (1° menstruação — menarca) e os rapazes a partir dos 10/11 anos (possibilidade das 1° ejaculações).
Nesta fase de desenvolvimento os interesses são variados e incluem temas relacionados com a sexualidade, associados mais ao "querer saber tudo"do que com as suas vivências pessoais nessa área.
A aproximação a um corpo "adulto" faz surgir sentimentos diversificados, principalmente de vergonha, timidez, pudor e ansiedade e, também, aumento do desejo sexual e das sensações eróticas. O desejo sexual, nestas idades, centra-se mais na exploração relacionada com a busca do prazer sexual o que inclui, por vezes, o comportamento de masturbação e as carícias mútuas. Os objectos de desejo relacionam-se, frequentemente, com pessoas famosas "ídolos" ou com pessoas que conhecem e que são percepcionadas como "modelos ideais".
Nestas idades as relações pessoais entre os sexos assumem um carácter ambivalente, ou seja, se por um lado se verifica a tendência de constituir "grupos sexistas" (só com rapazes ou só com raparigas) por outro lado são frequentes os "jogos" de provocação e sedução entre os sexos (apalpões, beijos roubados, paixões escondidas, ...).
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
A puberdade, como um dos períodos significativos do desenvolvimento humano;
As mudanças da puberdade: biológicas, sociais e psicológicas; - os caracteres sexuais primários e secundários.
Os comportamentos sexuais: masturbação, carícias mútuas, fantasias sexuais, ...
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Respeitar-se a si e aos outros relativamente aos ritmos de desenvolvimento;
Demonstrar tolerância e compreensão perante a diversidade humana;
Partilhar as suas questões e dúvidas pubertárias de forma afirmativa.
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Identificar as mudanças pubertárias: no corpo, nas relações pessoais entre os sexos e a nível do desejo sexual e das sensações eróticas;
Distinguir os caracteres sexuais primários e secundários dos dois sexos;
Reflectir de forma crítica sobre a natureza sexista do grupo de pares.
Conteúdos mínimos
Puberdade como um importante período do desenvolvimento humano marcado pela maturação do sistema reprodutor e pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais.
Modificações que se começam a processar e que podem gerar ansiedade nos adolescentes decorrente ou da desadaptação às normas e padrões dos seus pares e/ou da forma desordenada como ocorrem as mudanças pubertárias e/ou por se sentirem intimidados e inseguros.
Ritmos de desenvolvimento diferenciados e vivência das mudanças de forma diversa.
Bibliografia
FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999.
SANDERS, P. e SWINDEN, L. Para me conhecer, para te conhecer. Lisboa: APF, 1995
2º ciclo | Área 1: O Corpo Sexuado - Tema 2 : Concepção, gravidez e parto
Justificação
A concepção humana decorre da união do óvulo com o espermatozóide, aquando de uma relação sexual, dando origem a uma nova célula, a um novo ser que permanecerá, na generalidade das situações nove meses na barriga da mãe, através do qual será alimentado e protegido até ao nascimento.
Durante a relação sexual uma quantidade de espermatozóides, através da ejaculação, são depositados na vagina e só alguns conseguirão entrar no útero da mulher e chegar à Trompa de Falópio onde se encontra o óvulo. Só um conseguirá atravessar a membrana que circunda o óvulo e realizar a fecundação. O zigoto que resulte dessa união desloca-se até ao útero, em cujas paredes, especialmente preparadas para o efeito, se aninhará. Quando isto acontece a mulher fica grávida.
O zigoto contém todas as características genéticas do pai e da mãe. Todas estas informações estão presentes em cada célula humana, incluindo as sexuais, e são denominadas cromossomas.
Após a instalação da "nova" célula no útero começam a ocorrer modificações no corpo da mulher, designadamente falta de menstruação, alteração nos seios e, por vezes, vómitos.
Os bebés ficam, em média, 38 a 40 semanas na barriga das mães recebendo alimentação e oxigénio através do sangue materno, por intermédio da placenta. O bebé fica ligado à placenta por meio do cordão umbilical.
Ao fim de 9 meses o bebé está preparado para nascer e começam as contracções que vão empurrando o bebé, em direcção à vagina, o que se denomina "trabalho de parto". Nesse momento a mãe também faz força ajudando a empurrá-lo até todo o corpo sair. A seguir é cortado o cordão umbilical e o bebé chora, o que o ajuda a encher os pulmões de ar e libertá-los dos restos do líquido amniótico.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
A concepção: fecundação, zigoto, cromossomas, ...;
A gravidez: tempo médio de gestação, placenta, cordão umbilical, ...;
O parto: contracções, "trabalho de parto", líquido amniótico,...
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Compreender que podem existir formas diferentes de sermos concebidos e de nascermos;
Respeitar os outros relativamente às sua histórias individuais desde o nascimento;
Reconhecer que existem diferenças no desenvolvimento fetal com repercussões após o nascimento.
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Compreender a concepção humana;
Identificar os diferentes aspectos que se relacionam com o processo da gravidez;
Entender alguns aspectos relacionados com o parto.
Conteúdos mínimos
Concepção: união do óvulo com o espermatozóide
Fecundação: perfuração da membrana do óvulo por um espermatozóide na Treompa de Falópio
Parto: "Trabalho de parto", contracções, choro...
Bibliografia
FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
HARRIS, R.H. Vamos falar de sexo. Lisboa: Terramar, 1994
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999.
2º ciclo | Área 1: O Corpo Sexuado - Tema 1
Justificação
Uma das principais diferenças anatómicas e fisiológicas no corpo do homem e da mulher prende-se com a constituição dos órgãos sexuais internos e externos.
Na puberdade, o cérebro começa a enviar elevadas concentrações de hormonas para a glândula pituitária fazendo com que esta liberte dois tipos de hormonas em maior quantidade, sendo estas responsáveis pelo desenvolvimento dos óvulos nos ovários das raparigas (ovulação) e pela produção de células sexuais masculinas (espermatozóides) nos testículos dos rapazes.
As principais hormonas sexuais são a testoterona para os rapazes, que estimula a produção de espermatozóides, e os estrogéneos e a progesterona para as raparigas, que desencadeiam a activação dos ovários e a produção de óvulos. Estas hormonas também são responsáveis pelo aparecimento dos caracteres secundários de ambos os sexos.
Alguns órgãos genitais masculinos como o pénis e os testículos encontram-se externamente. Nas raparigas, os órgãos genitais externos são constituídos pelos lábios vaginais, o clítoris e os orifícios da uretra e da vagina.
A maioria dos rapazes e das raparigas consideram a ejaculação e a menstruação como as mudanças mais importantes da puberdade.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
As semelhanças e diferenças anatómicas e fisiológicas entre rapazes e raparigas
Os órgãos genitais externos masculinos e femininos
As hormonas e as células sexuais masculinas e femininas
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Compreender que existem diferenças entre os sexos
Aceitar as características anatómicas e fisiológicas do seu sexo
Respeitar os outros relativamente às suas diferencças anatómicas e fisiológicas
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Identificar as diferenças anatómicas e fisiológicas entre sexos
Distinguir os diferentes órgão genitais externos de raparigas e rapazes
Reconhecer o papel das hormonas e células sexuais no desenvolvimento pubertário
Conteúdos mínimos
Diferenças anatómicas e fisiológicas nos órgãos sexuais de rapazes e raparigas
Constituição dos órgãos genitais externos masculinos e femininos
Existência de células e hormonas sexuais masculinas e femininas
Bibliografia
HARRIS, R.H. Vamos falar de sexo. Lisboa: Terramar, 1994
LOPÉZ, F. e FUERTES, A. Para compreender a sexualidade. Lisboa: APF, 1999
REIS, Isabel [et al.]. A Sexualidade. Lisboa: Impala, 2003
Sexualidade: Desenvolvimento Sexual. Portal da Saúde Sexual e Reprodutiva www.apf.pt
quinta-feira, 16 de março de 2023
2º ciclo | Área 3: Sexualidade e relações interpessoais Tema 2 : Competências relacionais
Justificação
Define-se competência como "um saber em uso ou em acção", que se traduz na capacidade efectiva de utilização e manejo - intelectual, verbal ou prático - no sentido do uso que se faz dos conhecimentos ou informações que cada um possui e não a conteúdos acumulados com os quais não sabemos nem agir em concreto, nem fazer qualquer operação mental ou resolver qualquer situação, nem pensar com eles.
As competências integram conhecimentos, capacidades e atitudes e desenvolvem-se ao longo da vida mobilizando recursos cognitivos, afectivos e psicomotores.
O desenvolvimento das competências relacionais resulta das interacções que se processam com o próprio, e com os outros em contextos diversos, como família, escola, lazer, etc.
A forma como nos relacionamos com os outros depende principalmente da nossa competência de comunicação, que se manifesta através de comportamentos verbais (orais ou escritos) e não-verbais (gestos, postura corporal, expressões faciais, silêncio, etc).
Nesta faixa etária, na qual os colegas e amigos desempenham um papel cada vez mais importante, há que ensiná-los a resistir às pressões, através da comunicação assertiva ajudando-os a dizer "sim" ou "não" com firmeza, consoante as práticas sejam saudáveis ou prejudiciais/autodestrutivas.
As principais competências relacionais baseiam-se:
no respeito - em relação a si próprio e aos outros reconhecendo-os como pessoas importantes, valiosas, dignas e únicas;
na compreensão - empatia, ou seja, capacidade de nos colocarmos na pele dos outros compreendendo os seus actos e convicções;
na autenticidade - ser o que realmente se aparenta ser, manter a palavra dada e lidar com os outros com franqueza.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
As competências relacionais;
Os aspectos importantes relacionados com a comunicação verbal e não-verbal;
A comunicação assertiva.
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Dizer "sim" a práticas saudáveis e "não" a práticas prejudiciais ou autodestrutivas;
Relacionar-se consigo e com os outros de forma construtiva;
Contribuir para que as relações interpessoais em que interage sejam abertas e positivas.
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Aumentar as suas competências relacionais;
Rejeitar pressões relacionadas com práticas prejudiciais ou autodestrutivas;
Adoptar comportamentos baseados no respeito, compreensão e autenticidade.
Conteúdos mínimos
Definição de competências relacionais;
Aspectos relacionados com a comunicação assertiva;
Reflexão crítica sobre pressões e as formas de aceitação ou resistência as mesmas.
Bibliografia
AZEVEDO, L. Comunicar com assertividade. Lisboa: IEFP, 1999
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO [et al.]. Educação sexual em meio escolar: linhas de orientação. Lisboa: ME, 2000
ROLDÃO, M.C. Gestão do currículo e avaliação de competências: as questões dos professores. Lisboa: Presença, 2003
2º ciclo | Área 3: Sexualidade e relações interpessoais Tema 1 : Abusos sexuais
Justificação
Por abuso sexual entende-se "contactos e interacções entre um adulto e uma criança, quando o adulto usa a criança para se estimular sexualmente a si próprio, à criança ou a outrem. Também pode ser cometido por pessoa menor quando a sua idade for significativamente superior à da vitima, ou quando está em clara posição de poder ou controlo sobre ela" (National Center of Child Abuse and Neglect - EUA).
Considera-se abuso sexual quando existe emprego de força física, pressão ou engano com menores e, geralmente, quando se verifica a assimetria de idade, ou seja o agressor ter entre 5-10 anos mais rio que a vítima, frequentemente adultos. (Félix Lopez, 1999).
Os abusos sexuais podem implicar contacto físico (coito vaginal, anal ou oral, carícias nos seios e/ou genitais, etc.) ou outras formas como o exibicionismo, telefonemas obscenos, voyeurismo, etc)..
A abordagem do tema nestas idades é imprescindível pelo facto de se estimar que a maior incidência de abusos sexuais se situa na faixa etária dos 8-13 anos e os seus efeitos serem, frequentemente, mais severos, principalmente, se ocorrerem de forma repetitiva.
Para além de ser imprescindível ajudar os rapazes e raparigas a se protegerem e saber lidar com este tipo de situações, numa perspectiva, preventiva, e de visão positiva da sexualidade, é também necessário dar apoio emocional e/ou tratamento adequado às vítimas dado as sequelas negativas decorrentes dos abusos sexuais (perda de confiança, vergonha, depressão, comportamento anti-social, isolamento, perturbações do sono, dificuldades escolares, perda de auto-estima, etc)
Será importante analisar, de forma crítica, algumas crenças associadas, designadamente as relacionadas com a veracidade dos relatos das crianças (maioritariamente credíveis) e com o facto de o agressor ser uma pessoa desconhecida (na maioria dos casos são pessoas próximas ou pertencentes à família).
Qualquer acto através do qual uma pessoa mais velha obrigue ou persuada um/a menor a realizar uma actividade sexual contra a sua vontade deve ser denunciado junto de pessoas de confiança e/ou de organismos de protecção das crianças.
Os pré-adolescentes devem ser alertados para rejeitarem as pessoas que os forcem a fazer jogos sexuais e a pedirem ajuda sempre que essas pessoas tentarem tocar onde eles não desejara.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
Os aspectos importantes relacionados com os abusos sexuais;
As principais crenças associadas aos abusos sexuais;
Os procedimentos a adoptar perante urna situação de abuso sexual.
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Aperceber-se das agressões sexuais contra si próprio;
Proteger-se e saber lidar com os abusos sexuais contra si e junto de amigos;
Pedir ajuda junto de pessoas da sua confiança e/ou organismos específicos
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Discernir sobre comportamentos "saudáveis" e abusos sexuais;
Adoptar comportamentos preventivos relacionados com os abusos sexuais;
Tomar consciência de aspectos físicos e emocionais decorrentes dos abusos sexuais.
Conteúdos mínimos
Definição de abuso sexual
Aspectos relacionados com os abusos sexuais a ter em conta numa perspectiva preventiva e de visão positiva da sexualidade
Reflexão crítica sobre crenças e procedimentos associados aos abusos sexuais
Bibliografia
HARRIS, R.H. Vamos falar de sexo. Lisboa: Terramar, 1994
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa de prevenção do abuso sexual sobre menores. www.drec.min-edu.pt/abuso/index.html
PEREIRA, M. e FREITAS, F. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Asa, 2001
2º ciclo | Área 2: Identidade e Sexualidade Tema 3 : Sentimentos, gostos e decisões
Justificação
Nesta faixa etária os rapazes e as raparigas para além de se confrontarem com as mudanças físicas defrontam-se, também,, com as mudanças emocionais, que se expressarão através das oscilações do humor (humor chorar e logo a seguir, sem motivo aparente, rir), da ambivalência de sentimentos (gostar/não gostar, satisfação /insatisfação, prazer/desprazer, etc) e dos "medos", ou seja, das preocupações específicas destas idades, como por exemplo "não ser atraente ou potente", "ter ou vir a ter tendências homossexuais"´ e outras.
A especificidade do desejo sexual, que ocorre na puberdade, vai determinar que numerosos estímulos adquiram valor erótico, reflectindo-se na procura de satisfações sexuais por auto-estimulação (masturbação) ou por contacto com os outros (carícias, beijos, etc). A resposta fisiológica face à excitação sexual evidenciar-se-á cada vez mais e a sensação de prazer poderá ser acompanhada de sentimentos de culpa e de vergonha e ser a causa de dificuldades e perturbações relacionadas com questões como: "Quem eu sou?", "O que é que eu sou?" e "O que eu quero ser?".
Os pré-adolescentes começam a pensar em termos relativos e a conseguir apreciar as diferenças entre a realidade objectiva e a percepção subjectiva, desenvolvem a capaz-idade de perceber sentimentos e emoções tanto em si próprio como nos outros, assim como, de adoptar o ponto de vista de outrem, ou seja, "se colocar na pele do outro".
Nesta fase, também, se começará a consolidar a orientação sexual, isto é, a preferência da pessoa por um determinado objecto sexual, e a necessidade de realizar experimentações sexuais que se concretizarão através de comportamentos de contacto físico, designadamente carícias, abraços e beijos. Neste âmbito o pré-adolescente começa confrontar-se com decisões difíceis de tomar na ânsia de dar resposta ao desejo sexual.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
As mudanças emocionais da puberdade;
O desejo sexual e os estímulos cora valor erótico;
Os comportamentos relacionados com contacto físico.
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Melhorar o seu equilíbrio emocional;
Aceitar-se a si próprio/a de maneira positiva;
Controlar as pulsões sexuais.
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Gerir de forma "saudável" o seu humor, os seus sentimentos e os seus medos;
Compreender que as suas reacções, características desta fase, são passíveis de auto-regulação;
Reflectir de forma progressiva sobre as questões "Quem eu sou?", "O que é que eu sou?" e "O que eu quero ser?".
Bibliografia
FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999.
MIGUEL, N. e GOMES, A. Só para jovens. Lisboa: Texto, 1991
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO [et al.]. Educação sexual em meio escolar: linhas de orientação. Lisboa: ME, 2000
MOITA, Gabriela e SANTOS, Milice - Falemos de sexualidade: um guia para pais e educadores. Lisboa: APF, 1992
2º ciclo | Área 2: Identidade e Sexualidade Tema 2 : Género
Justificação
Nestas idades será importante esclarecer a distinção funcional entre a identidade sexual, fazendo referência principalmente à anatomia corporal dos órgãos sexuais, e a identidade de género, relacionando-a com os aspectos psicossociais atribuidos aos géneros masculinos e feminino como roupas, adornos, actividades, entre outros, impostos ou adoptados socialmente.
Este conjunto de crenças estruturadas acerca dos comportamentos e características particulares do homem e da mulher é designado por estereótipos do género, que são muito discriminatórios pelo facto de definirem tarefas especificas e condutas distintas para o masculino e o feminino, com o objectivo de serem assumidas na relação entre homens e mulheres..
A identidade sexual refere-se ao que cada pessoa pensa sobre si própria e sobre a sua sexualidade, sobre as emoções e sobre o desejo que sente em relação aos outros, podendo estes ser do mesmo sexo, de outro sexo ou de ambos os sexos, e a identidade de género diz respeito ao modo como cada um de nós se vê: se como homem (masculino) se como mulher (feminino).
O desenvolvimento da identidade sexual implica três dimensões: a identidade de género, os papéis sexuais e a: orientação sexual. Este processo de formação da identidade sexual pode, por vezes, gerar conflitos internos pelo facto dos jovens se sentirem diferente dos outros relativamente a sentimentos e comportamentos sexuais. Apesar de, nestas idades, terem maior fiexibilidade para relativizarem os aspectos da sexualidade, relacionados com os padrões sociais, ainda manifestam dificuldade em aceitar, por exemplo, que alguns dos seus pares adoptem actividades próprias de um papel de género que não lhes pertença.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
A identidade sexual e a identidade de género;.
Os estereótipos de género;
As três dimensões da identidade sexual.
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Rejeitar os estereótipos de género de natureza discriminatória;
Aceitar positivamente a sua identidade sexual;
Defender a igualdade entre os sexos.
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Adoptar comportamentos que promovam uma identidade sexual mais madura;
Tomar decisões e aceitar as decisões dos outros relativamente à identidade sexual:
Combater os estereótipos que promovem a desigualdade entre os sexos.
Conteúdos mínimos
Distinção funcional entre identidade sexual e de género;
Dimensões que constituem a identidade sexual: identidade de género, papéis sexuais e orientação sexual;
Possibilidade de conflitos decorrentes do processo de formação da identidade sexual.
Bibliografia
HARRIS, R.H. Vamos falar de sexo. Lisboa: Terramar, 1994
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999
PEREIRA, M. e FREITAS, F. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Asa, 2001
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
2º ciclo | Área 4: Sexualidade e Sociedade Tema 1: Papéis sexuais
Justificação
O papel sexual diz respeito ao modo como se é rapaz ou rapariga. É a experiência pública da identidade de género, sendo esta a experiência interna de se ser masculino ou feminino.
Os papéis sexuais desde o nascimento (por vezes até antes) afectam a maneira como nos definimos socialmente e como orientamos a nossa conduta nas situações interpessoais. São específicos de cada cultura e sofrem alterações por influência da evolução das condições económicas e históricas.
Os pais e os professores, assim como, a comunicação social, a literatura infantil e os conteúdos e praticas escolares continuam a atribuir aos rapazes e raparigas papéis sexuais que, nestas faixas etárias, começam a ser relativizados no que respeita à consistência dos mesmos, fazendo com que os pré-adolescentes admitam que rapazes e raparigas possam realizar actividades menos tipificadas e ficarem menos dependentes das características socialmente atribuídas aos sexos, como por exemplo, a forma de vestir, de se comportar ou de brincar.
Essa capacidade de compreender que os papéis sexuais são convencionais e que podem alterar-se vai permitir que percebam o carácter discriminatório de alguns e de igualdade de outros.
O tratamento do tema, nestas idades, torna-se muito pertinente no sentido de ajudar rapazes e raparigas a tomarem consciência sobre os elementos que possam expressar relações de desigualdade, exploração ou domínio de um sexo pelo outro.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
A identidade de género e o papel sexual;
Os elementos que podem expressar desigualdades entre os sexos;
Os papéis sexuais convencionais e apossibilidade de alteração
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Rejeitar elelementos discriminatórios dos papéis sexuais
Relativizar a consistência dos papéis sexuais
Adquirir papéis de género flexíveis
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Manifestar comportamentos menos tipificados
Adoptar características menos dependentes das socialmente atribuídas aos sexos
Combater os elementos dos papéis sexuais que possam expressar relações de desigualdade, exploração ou domínio de um sexo pelo outro
Conteúdos mínimos
Distinção entre identidade de género e papel sexual
Conhecimentos relacionados com os elementos dos papéis sexuais que expressam relações de desigualdade, exploração ou domínio de um sexo pelo outro
Convencionalismo dos papéis sexuais e possibilidade de alteração
Bibliografia
FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO [et al.]. Educação sexual em meio escolar: linhas de orientação. Lisboa: ME, 2000
PEREIRA, M. e FREITAS, F. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Asa, 2001
2º ciclo | Área 4: Sexualidade e Sociedade Tema 2: As Famílias
Justificação
O processo de autonomia, com início na puberdade, pressupõe que o pré-adolescente se vá progressivamente libertando da dependência das figuras parentais o que, frequentemente, gera conflitos entre pais e filhos. Os filhos porque já deixaram de ser crianças e de percepcionar os pais como na infância, idealizados e poderosos e os pais, porque têm dificuldades em reconhecer que os filhos estão a tornar-se pessoas autónomas.
Os pais, figuras de apego e de identificação, e outros familiares significativos, são essenciais no processo de aquisição da identidade sexual e do papel de género, sobretudo se tiverem a capacidade de compreender que, nestas idades, o adolescente vai sentir necessidade de procurar suportes para a auto-estima junto de outras pessoas, nomeadamente no grupo de pares.
Sendo a família o primeiro grupo de pertença do indivíduo é natural que para além de se estabelecerem relações positivas de afecto, compreensão, ajuda, cooperação, etc. também possam acontecer situações conflituosas e, por vezes, de risco.
A vivência das primeiras relações afectivas, junto das figuras de apego, vai influenciar a segurança emocional e a capacidade de comunicação íntima nas relações que forem estabelecidas com outras pessoas ao longo da vida.
Pelo exposto, e pelo facto da temática da sexualidade em meio escolar suscitar, com frequência, controvérsias entre a escola e a família, é aconselhável que a escola promova a articulação efectiva, principalmente para conseguir a continuidade das intenções educativas veiculadas pela escola e para evitar possíveis receios da família relativamente à intervenção no âmbito da sexualidade.
Embora o enquadramento legal português contemple a obrigatoriedade do desenvolvimento de Programas de Educação Sexual em meio escolar, a sua implementação deve preservar sempre o envolvimento dos pais/encarregados de educação, através da criação de espaços de encontro nos quais seja possível a partilha de opiniões, saberes e posicionamentos, numa perspectiva consensual.
Objectivos pedagógicos
Ao nível dos conhecimentos, contribuir para que cada aluno/a adquira saberes relacionados com:
As relações pais-filhos
Os aspectos importantes relacionados com o processo de autonomia
A importância do envolvimento dos pais/encarregados de educação na intervenção desenvolvida pela escola no âmbito da sexualidade
Ao nível das atitudes/comportamentos, contribuir para que cada aluno/a fique predisposto a:
Reconhecer-se como elemento de uma família
Esforçar-se para lidar positivamente com as figuras de apego durante o processo de autonomia
Colaborar para que se verifique uma articulação adequada entre a sua escola e a sua família
Ao nível das competências, contribuir para que cada aluno/a seja capaz de:
Gerir de forma "saudável" o seu processo de autonomia
Compreender que podem existir divergências entre a escola e a família no que respeita a temática da sexualidade
Transmitir de forma adequada as mensagens a escola e da família na área da sexualidade
Conteúdos mínimos
Aspectos relacionados com o processo de autonomia dos adolescentes
Relações entre pais e filhos
Reflexão crítica sobre a importância da articulação escola-família no âmbito da Educação Sexual
Bibliografia
FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para comprender a sexualidade. Lisboa: Edição APF, 1999.
MIGUEL, N. e GOMES, A. Só para jovens. Lisboa: Texto, 1991
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO [et al.]. Educação sexual em meio escolar: linhas de orientação. Lisboa: ME, 2000
MOITA, Gabriela e SANTOS, Milice - Falemos de sexualidade: um guia para pais e educadores. Lisboa: APF, 1992
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